Fernanda "O problema é que quero muitas coisas simples, então pareço exigente." - Fernanda Young Hospícios (des)encontros 02 Neurônio A Ruiva Aperte o Start Banana Roja Blog das séries Homem é tudo palhaço Let it be Mulé é um bicho burro Meu esmalte vermelho piranha Quanto mais eu rezo Memórias
novembro 2007
dezembro 2007 março 2008 abril 2008 maio 2008 junho 2008 julho 2008 outubro 2008 novembro 2008 dezembro 2008 março 2009 abril 2009 maio 2009 junho 2009 julho 2009 agosto 2009 setembro 2009 outubro 2009 novembro 2009 dezembro 2009 janeiro 2010 fevereiro 2010 março 2010 abril 2010 maio 2010
|
domingo, 27 de dezembro de 2009
Li em algum blog...
Os taurinos
21:26
·"Como assim? Estaria ela apaixonada por um taurino? Não, não era de seu feitio. Taurinos, não, isso não. Gostava dos geminianos (aqueles que gesticulavam bastante enquanto expunham suas idéias velozes), dos aquarianos, dos librianos. Aqueles que misturavam pensamentos com ar e saíam voando pela janela às vezes. Talvez gostasse também dos virginianos, quando não eram tão assolados pela terra que os constituía e os tolhia. Gostava dos escorpianos muito, pois eram fortes e misteriosos, conseguiam capturar algo de escondido em qualquer canto do ser, e surpreendiam. Gostaria até dos arianos, mas só em noites de lua minguante, quando talvez eles estivessem um pouco menos arianos, mas sem deixar de lado aquela paixão que os definia tão bem. Os leoninos, ah, os leoninos, com sua vaidade ainda mais retumbante que um hino nacional qualquer. Gostava de todos os signos quando encorpados em pessoas de pele, carne, ossos e líquidos, mas um taurino? Ela nunca olhara duas vezes para um taurino, pois os taurinos sempre lhe pareceram meio apagados, um tanto quanto estáticos, esquálidos, erráticos. E nunca sequer aquele fora um pensamento que pudesse ousar ocupar alguns instantes de suas constantes insônias. Nunca se perguntara sobre um taurino. Até aquele dia quentíssimo em que sua cidade parecia explodir e todas as baratas talvez estivessem comemorando em pizzarias do centro. Aquele quentíssimo dia fez com que ela se perguntasse, incrédula: então um taurino podia ser interessante? Podia ser interessantíssimo? Podia ser muitíssimo interessantíssimo? Alguém que se encontrava, como ela mesma, em um bando de gente que fazia ritmo e desencavava semínimas, colcheias e fusas em todas as claves possíveis, que se emocionava com o choro solitário e melancólico da cuíca tanto quanto ela própria? Um taurino assim morando no mesmo bairro (no mesmo bairro!), simpático, de alma feminina e disso ciente, que tinha várias amigas mulheres e nunca se questionaria se meninos podem, verdadeiramente, ser amigos de meninas? Um taurino que não quer impressionar, que não quer citar frases e nomes, que não vem com palavras prontas, que não tem opiniões sobre tudo, finalmente?! Um taurino, sim, mas com ascendente em quê? " EU RI Marcadores: Disseram |